A ETMA aceitou o convite de acolher um grupo de alunos do 4º ano do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial (MIEGI), da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, para apoio à resolução de três problemas que lhes foram apresentados em forma de desafio em três diferentes áreas da empresa:
- Gestão de Projetos
- Produção
- Logística
Esta parceria enquadra-se numa das primeiras fases do Projeto Integrado em Engenharia e Gestão Industrial (PIEGI2), no qual a ETMA foi convidada a participar pelo NEEGIUM (Núcleo de Estudantes de Engenharia e Gestão Industrial), em conjunto com o DPS (Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho).
Trata-se de um projeto multidisciplinar, que envolve todas as Unidades Curriculares do semestre, onde um conjunto de alunos tem oportunidade de o desenvolver em contexto real, numa empresa, desenvolvendo competências técnicas e transversais que tão importantes se revelam para o seu futuro profissional. É, assim, um projeto em que se descobrem, formulam e resolvem problemas reais através do desenvolvimento de competências de engenharia.
Esta é, igualmente, uma excelente oportunidade para os alunos estabelecerem um forte contacto com o mundo empresarial e uma experiência de trabalharem em equipa e colaborativamente na resolução de problemas.
A ETMA congratula-se não só pelo convite, como procurará dar o seu contributo no sentido de continuar a ser um agente ativo na promoção de uma relação mais próxima e frutífera entre empresas e o Ensino Superior.
Sobre a importância para a ETMA deste tipo de parcerias com os centros de conhecimento, Susana Agra, Diretora de Recursos Humanos, refere que, para além de “ser sempre um gosto podermos receber alunos universitários”, este é um claro exemplo de que “a nossa estratégia de proximidade ao Ensino Superior, bem como a realização destas parcerias é uma excelente oportunidade para ambas as partes na partilha de conhecimento e entreajuda na resolução de problemas.”
Por seu lado, na primeira visita realizada à ETMA, os alunos revelaram-se “impressionados”, tendo “apreciado bastante o que viram da empresa”, em particular os 10 processos produtivos que, como estes alunos referiram, “permitem trabalhar um só projeto desde a matéria-prima até ao produto acabado”.
Posteriormente, precisamente no início do estágio na 2ª quinzena de outubro, a ETMA foi forçada a reforçar as medidas de contingência, fruto do agravamento da pandemia de Covid-19, deixando de poder receber os 9 alunos em simultâneo. Assim, e por força das restrições implementadas, foi necessária uma reorganização do método de colaboração inicialmente definido. Não sendo de todo o ideal, mas sim o que é possível, atualmente a ETMA apenas pode receber a visita de um aluno de cada vez.
Neste contexto, o grupo de alunos define entre si qual o elemento que, por agendamento prévio, irá à empresa realizar a recolha dos dados necessários para o trabalho que têm em curso, sendo depois toda a interação realizada através de e-mail, bem como de outras ferramentas de contacto digital.
O desafio lançado pela ETMA
Quando inicialmente a ETMA identificou e apresentou os três problemas para os quais gostaria de ver encontradas soluções, deixou completamente aberta a possibilidade de seleção dos mesmos. Longe de pensar que os problemas seriam todos selecionados, a ETMA congratula-se por esse facto, encontrando-se ao dispor de todos os envolvidos em contribuir no que for necessário para o sucesso final de todo o projeto.
De forma sucinta, os três problemas apresentados consistem no seguinte:
- Desenvolvimento de uma plataforma informática para o Departamento de Gestão de Projetos, visando a melhoria da comunicação entre os interlocutores envolvidos em cada projeto;
- Estudo de uma célula de fabrico de uma referência de um projeto de um cliente da ETMA, com o objetivo de estudar o melhor layout para obtenção dos melhores resultados nos tempos de produção e no percurso da peça interna;
- Estudo do processo de implementação do comboio logístico na ETMA, no sentido de normalizar o fluxo de peças entre a produção e as restantes operações envolvidas.
A primeira análise dos mentores
A ETMA solicitou aos mentores de cada projeto uma breve explicação do trabalho que está a ser desenvolvido e o nível de motivação dos alunos.
Departamento de Gestão de Projeto | Alocados 2 alunos MIEGI
Miguel Queirós – Diretor de Projeto
“Em concreto, sobre o projeto que estamos a desenvolver em conjunto com os 2 alunos que estão connosco, o que pretendemos é que nos ajudem a desenvolver e retirar partido da plataforma informática Teams que permitirá fazer a gestão de projeto. No essencial, queremos conseguir gerir todas as tarefas, permitindo a sua distribuição por todos os utilizadores para que, no final, o gestor de projeto consiga perceber, em cada momento, em que estado está o desenvolvimento desse mesmo projeto.
Neste sentido, vamos querer utilizar as diferentes ferramentas da plataforma, desde gerar listas de tarefas, cronogramas de projetos, etc., de forma a criar uma interação entre todos e, posteriormente, conseguir extrair dados como os KPIs relativos à eficiência do processo de industrialização, como por exemplo, os tempos, os custos, entre outros fatores.
Numa breve análise inicial, posso acrescentar que noto nos alunos uma grande vontade em trabalhar este projeto, sendo que um deles demonstra uma clara apetência por estas áreas.”
Departamento de Produção | Alocados 4 alunos MIEGI
Ricardo Pereira – Diretor de Produção
“Sob a minha responsabilidade estão quatro alunos com o objetivo de, no processo de torneamento, realizar-se o dimensionamento e a otimização de uma célula de fabrico de uma referência de um projeto para um nosso cliente. Os alunos vão, assim, ajudar a otimizar todo este processo, apresentando a melhor estratégia a seguir neste processo.
Embora esta seja uma fase de aprendizagem e de conhecimento, em ambiente industrial, e tratando-se da primeira vez que estes alunos estão em contacto com uma empresa e com os processos produtivos, sinto-os muito motivados. Nesta primeira fase estão ainda a fazer análise de tempos e a verificar o fluxo das peças. Após esta fase irão começar a realizar um estudo mais pormenorizado.»
Departamento de Logística | Alocados 3 alunos MIEGI
Nuno Faria – Diretor de Logística
«O desafio que foi lançado a este grupo de alunos foi o de nos ajudarem a encontrar metodologias que permitam à ETMA normalizar o fluxo de peças entre a produção, neste caso a transformação, e as operações seguintes.
Infelizmente, com esta situação do Covid-19, tem havido constrangimentos nas visitas dos alunos. Mas, como temos noção de que eles precisam de vir cá para poderem prosseguir com o seu trabalho, abrimos exceção sempre que é possível.
Das breves impressões que já foi possível trocar com os alunos, parecem-me bastante motivados e com o entusiasmo necessário para nos ajudarem a encontrar as soluções que procuramos para o problema que lhes foi proposto.»
As expectativas dos alunos
A ETMA procurou conhecer, junto destes alunos, as primeiras impressões acerca do trabalho em curso e de que forma estão, ou não, a ir ao encontro das suas expectativas.
João Carlos Ferreira, alocado no projeto da célula de produção, destaca “a dificuldade em obter certas informações com a limitação das idas à empresa, face à Covid-19, o que de certa forma nos atrasou um pouco”. A obtenção de “informações como tempos de produção de cada máquina, para a qual seria necessário estar no chão de fábrica para conseguir fazer as medições, não é possível durante aquele período. Agora com a presença de pelo menos um aluno (neste caso fui eu) já conseguimos minimizar a falta dessa informação”. Relativamente às expectativas para o projeto, sublinha que “são de grande desenvolvimento a nível pessoal como profissional, com o objetivo de melhorar não só os meus conhecimentos nesta área como também o estado atual da ETMA em geral”.
Por seu lado, Nuno Rua Rafael, alocado no projeto do comboio logístico, refere os constrangimentos impostos pelas medidas de contingência da ETMA, em virtude do Covid-19, sentindo o seu grupo “um ligeiro atraso face aos outros grupos”. No entanto, acrescenta que estão a “tentar restabelecer o nível de desenvolvimento do projeto”, sendo também “importante o facto de, neste momento, já poder ir um aluno à empresa. Neste caso fui eu e tentei aproveitar ao máximo a minha presença na ETMA, no menor tempo possível. Aproveitei para confirmar os diagramas spaghetti elaborados através dos fluxogramas cedidos, confirmei percursos e quantidade de peças produzidas numa máquina em específico da célula.” Quanto às expectativas, afirma esperar que “o trabalho que estamos a desenvolver, e que iremos apresentar em janeiro, seja uma mais valia para a empresa e que possa ajudar a ser uma empresa melhor e mais sustentável!” Em termos pessoais e profissionais, sente que está a ter um “maior desenvolvimento no que respeita à comunicação intra e intergrupo”.
Em janeiro de 2021, data em que se prevê que os alunos possam já apresentar resultados do trabalho desenvolvido em cada um dos projetos, a ETMA dará continuidade a este tema, apresentando as conclusões desta parceria no âmbito do MIEGI.