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O processo de estampagem e as suas respostas para a indústria – Parte I

11 Março, 2024 No Comments

A Estampagem é um dos processos produtivos nucleares de que a ETMA dispõe para o fabrico de componentes para os seus clientes. Razão pela qual, convidamos o Eng.º Miguel Queirós, técnico comercial da ETMA, para, ao longo deste e dos próximos artigos, dar-nos a conhecer um pouco mais sobre este processo produtivo, vantagens para a indústria, tipos de estampagem e máquinas e tecnologias associadas.

Com o principal objetivo de corresponder à exigência dos projetos dos seus clientes, a ETMA concebeu um sistema exclusivo que customiza a oferta dos seus serviços. Trata-se do Sistema de 10 Processos Produtivos Integrados, do qual faz parte a Estampagem. Em que consiste este processo produtivo?

Miguel Queirós – Trata-se de uma tecnologia de manufatura através da qual as chapas são convertidas em peças por diversas operações de corte ou deformação plástica. Esta deformação plástica, em muitos casos, vai além da simples dobragem, pelo que as peças estampadas, muitas vezes, não são possíveis de obter por processos mais simples, como quinagem.

Para que seja obtida a geometria final pretendida, o processo de estampagem impõe, por vezes, deformações plásticas muito extensas e não localizadas ao material, o qual sofre tensões de tração, compressão e flexão que ultrapassam o seu limite elástico, podendo também verificar-se tensões de cisalhamento geradas em operações de corte.

Qual a tipologia de peças que pode ser obtida através deste processo?

MQ – Entre a tipologia de peças tipicamente obtidas por estampagem encontramos peças de grandes dimensões, como painéis de portas para automóveis, de média dimensão, como utensílios de cozinha, latas de bebida, ou peças de pequena dimensão como espaçadores, anilhos ou conectores elétricos.

 

E quais são as indústrias que recorrem a peças estampadas?

MQ – São, pois, diversas as indústrias que recorrem a peças estampadas. Por exemplo, para a indústria elétrica, produzimos alvéolos de tomadas, pernos de contacto terra, conectores, ou conjuntos mais complexos, como os bornes. Para a indústria automóvel produzimos peças para o sistema de injeção, suportes para vários componentes no compartimento do motor, dos travões, entre outros. Para a indústria dos eletrodomésticos produzimos, por exemplo, elementos para o termorregulador das máquinas de café, peças várias para robôs de cozinha, etc. E, para a indústria dos ciclomotores, entre os mais diversos componentes, a título de exemplo, produzimos peças estampadas para capacetes.

E há razões específicas para estas indústrias recorrerem ao processo de estampagem?

MQ – As razões são várias, entre as quais se encontram:

  • Baixo custo de fabricação por peça devido às elevadas cadências possíveis;
  • Aplicabilidade à produção em larga escala, com séries de produção que podem atingir centenas de milhares de unidades;
  • Excelente acabamento superficial das peças;
  • Durabilidade e resistência das peças;
  • Baixo custo de controlo de qualidade;
  • Possibilidade de conformar ampla gama de materiais.

Voltando um pouco atrás, quais são as fases de um processo de estampagem no fabrico de uma peça metálica?

MQ – O princípio fundamental tem a seguinte sequência:

  • O material é posicionado e aprisionado entre a matriz e o cerra-chapas;
  • A matriz tem a forma negativa, total ou parcial, da geometria que se pretende imprimir à chapa;
  • A deformação plástica ocorre quando o punção, elemento de conformação com geometria positiva, deforma o material contra a matriz;
  • A função do cerra chapas é impedir a formação de pregas quando as deformações são multidirecionais.

Há, certamente, aspetos importantes que devem ser acautelados ao longo deste processo…

MQ – Sim, de facto existem alguns aspetos importantes que devem ser acautelados, desde a fase de projeto das peças, para assegurar a eficácia e eficiência do processo produtivo. Ou seja:

Conformabilidade do material:

  • As propriedades do material selecionado devem ser adequadas à complexidade das solicitações e tensões que o material sofre durante o processamento;
  • Em particular a sua aptidão à deformação plástica dever ser tida em atenção, devendo ser escolhidos materiais com alongamento adequado à estampagem;
  • A vasta experiência dos técnicos da ETMA é, neste aspeto, uma mais-valia, pois podem auxiliar o cliente a selecionar o material que, simultaneamente, vai assegurar o desempenho pretendido e a manufaturabilidade necessária para produções economicamente vantajosas.

Projeto e fabrico da ferramenta:

  • Em estampagem é a ferramenta que assegura que a forma, dimensões e tolerâncias finais são obtidas;
  • A sequência de operações, a geometria dos elementos ativos e os materiais selecionados para o seu fabrico são primordiais para garantir não só a qualidade do produto final, mas também a fiabilidade necessária da ferramenta para minimizar paragens de manutenção;
  • Mais uma vez, a longa experiência dos técnicos da ETMA garante que a arquitetura e os materiais utilizados na ferramenta são os mais adequados em cada caso.

Finalizamos este 1º artigo, sublinhando que, na ETMA, a procura de soluções ajustadas, que cumpram os requisitos de cada cliente, envolve as equipas de desenvolvimento (constituída por engenheiros e técnicos especializados) e comercial, cuja partilha de conhecimento e experiência com o cliente resulta em sinergias com benefícios mútuos.

Nos próximos artigos serão abordados os temas:

Estampagem progressiva e Estampagem Transfer

Projeto e Fabrico de Ferramentas

Parque de Máquinas de Estampagem

Entretanto, se tiver interesse em saber mais e, eventualmente, consultar-nos sobre algum projeto que tenha em mãos, não hesite em contactar-nos.